quinta-feira, 7 de julho de 2011

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João Paulo II Desafia Jovens Angolanos


O Papa queria fazer aos jovens e às jovens angolanas um pedido: dedicai a vossa vida a causas dignas e justas!  Construí uma Pátria que se apoie nos autênticos valores humanos e cristãos, para que o mundo de amanhã não venha a acusar-vos de lhe haverdes legado uma Pátria vazia de ideais e alienada em pseudovalores. Construí algo que valha a pena!!"


No dia 7 de Julho de 1992, o Beato João Paulo II encontrou-se em Luanda, no Pavilhão da Cidadela, com uma imensa multidão representativa da Juventude Angolana. Foi um acontecimento fantástico e memorável em todos os sentidos.

O Papa Peregrino fez um interessante discurso recheado de desafios aos jovens de então que estavam a viver a transição da Guerra Fria para a Globalização. Do Socialismo para a Economia de Mercado. Da Guerra Fratricida para a Paz e Reconciliação. Do Ateísmo Marxista para a Recristianização da Sociedade.

Quase 19 anos depois, a mensagem mantém-se viva e actual. E atrevo-me mesmo a dizer que o discurso foi feito para o actual contexto da nossa amada Angola. Por isso, vale a pena revermos alguns excertos do discurso:

1-   Ao ver-vos aqui em tão grande número no estádio da Cidadela, o coração do Papa sabe que tem diante de si, como se fosse um grande segredo todo ele a desvendar, o futuro de Angola. Vós sois, sem dúvida, a maior e mais bela promessa de vida, dada pelo Senhor a esta nobre Nação. Viva a juventude angolana, tão rica de promessas e de esperanças!

2-    “O Papa sabe que a experiência dura que vivestes durante estes anos de guerra, deixou em vós marcas profundas que tendes de curar. Agora, no amanhecer da paz reencontrada, quando boa parte do povo retorna aos seus trabalhos de sempre, encontra muitas vezes os lares queimados, a aldeia destruída, a vida nas cidades abalada e, o que é pior, antigas disputas de carácter ideológico ou de raiz tribal, ainda por superar. Em consequência disso, adensou-se a falta de perspectivas para o vosso futuro, nos estudos, no emprego digno, na habitação e em tantos outros sectores da vida do vosso país”.

3- “Infelizmente, a todas essas dificuldades, vem juntar-se a tendência para o indiferentismo: a falta de ideais na vida. O desgaste e pressão a que uma parte da juventude esteve sujeita gerou uma ausência de motivações, o deixar-se levar, o não se incomodar. Então o único móbil é a vida fácil, o hedonismo. Como vidas sem futuro nem esperança, tantos jovens, sentindo-se inseguros de estar vivos amanhã, queimam a vida no momento presente: querem consumir toda a vida num minuto... Não sabem o que seja esperar para ver e crescer”.

4- Meus queridos amigos, vi que uma das vossas preocupações maiores era precisamente este vazio de valores humanos, ou mesmo a invasão de contravalores que está a afectar a juventude e o seu futuro. Mas – perguntais vós – como ultrapassar este fosso, este abismo, onde tantas vidas, como por uma vertigem, se perdem, arrastadas pela sedução de uma vida fácil, a corrupção dos costumes e o desespero diante do futuro?

5-  O Papa sabe das vossas tristezas e dúvidas, mas conhece também, por experiência própria e por inúmeros testemunhos de jovens do mundo inteiro, que,  dentro de nós  – por graça de Deus –  há a liberdade de dizer “não” àquilo que nos destrói e dizer “sim” à vida, ao amor, ao bem”.

6-  “Pois bem! Eu vim aqui, nesta tarde, trazendo no coração precisamente esta mensagem: Caros jovens de Angola, não vos deixeis iludir pela tentação da vida fácil, do aburguesamento nos costumes; pelo sensualismo e por tudo o que corrompe a pessoa.  Buscai não o que é fácil, mas o que é bom, pois só no bem encontrareis liberdade, paz e realização pessoal”.

7-      “Antes de interromper esta primeira parte do discurso, o Papa queria fazer aos jovens e às jovens angolanas um pedido: dedicai a vossa vida a causas dignas e justas!  Construí uma Pátria que se apoie nos autênticos valores humanos e cristãos, para que o mundo de amanhã não venha a acusar-vos de lhe haverdes legado uma Pátria vazia de ideais e alienada em pseudovalores. Construí algo que valha a pena!!”

8-    Amai-vos uns aos outros e ajudai-vos mutuamente, com uma atenção preferencial pelos pobres e abandonados. Não aceiteis no vosso código de relacionamento as divisões sociais: são uma triste herança do passado. Que as diferenças sejam atributos que enriquecem e dão variedade à gente angolana e não motivo de divisão e discórdia. Sede um Povo unido, edificai uma única Nação onde todos possam considerar-se como irmãos”.


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